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Capgemini reforça 'know how' na área de engenharia

Apesar da procura acrescida em 2020, a Capgemini reporta um ano "sem disrupções".

Apesar da procura acrescida em 2020, a Capgemini reporta um ano "sem disrupções". Agora, o grupo procura com a Capgemini Engineering reforçar a sua capacidade técnica em sectores chave.


A aceleração criada pela pandemia na transformação digital das empresas leva a novas oportunidades de desenvolvimento e negócio e a necessidade de interação dos mais diversos sectores de atividade com as tecnologias de informação tornou ainda mais pertinente a aquisição da Altran por parte da Capgemini, dando origem ao novo braço do grupo francês, a Capgemini Engineering.


Apesar dos desafios que surgiram no último ano, a consultora tecnológica aproveitou a transformação em curso para alargar a sua área de atuação, incluindo maior conhecimento técnico nas áreas industriais identificadas como chave nos próximos anos num mundo que se espera seja substancialmente diferente do pré-pande- mia. Nesse sentido, e fazendo uso das tecnologias inovadoras que vão ganhando uma importância acrescida nos últimos tempos, o novo managing director da Capgemini Engineering, Bruno Casadi- nho, explicou ao JE algumas das mudanças que surgirão.


"Nós em consultoria e tecnologias da informação somos bons, passamos os últimos 50 anos a fazer isso, mas falta-nos competências na área de engenharia", começa por explicar, destacando os vários prémios que a empresa recebeu no final do ano passado, incluindo o de "Melhor Investimento" pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), ainda sob a designação Altran. "Mas faltava- -nos competência na área da engenharia, porque quando vamos para clientes do sector automóvel, telecomunicações, aeroespacial ou das ciências da vida é preciso ter conhecimentos específicos sobre a manufatura e os processos de produção".


E esta visão mais integrada que almeja a nova marca do grupo, especialmente num período em que vários sectores assumem uma maior preponderância na economia mundial, como a indústria aeroespacial, uma das áreas prioritárias de ação referidas. Juntamente com a indústria automóvel, o sector das telecomunicações, a saúde e a ferrovia, estes são os ramos em que a empresa quer desenvolver o seu portefólio de oferta. Considerando que as indústrias aeroespaciais e ferroviária serão campos novos para a Capgemini Engineering, a missão passará por reforçar a força laboral da empresa.
"Esperamos até ao final deste ano contratar cerca de mil pessoas", revela Bruno Casadinho, que antecipa como motores do crescimento no futuro próximo tecnologias como big data, analytics e ferramentas em cloud.

"Acreditamos que a transformação digital seguinte que vai acontecer estará sempre assente em dados e em cloud', acrescenta. Esta foi uma das principais razões para o sucesso conseguido em 2020, quando a pandemia obrigou a uma deslocação do trabalho para o domicílio de cada colaborador, tornando indispensável o recurso a plataformas em cloud.
Resistência a disrupções foi chave em 2020.


Bruno Casadinho lembra que a vasta maioria das empresas mostrava, pré-Covid, bastante resistência à passagem para este tipo de soluções, sublinhando que "todos os planos para transformação digital que estavam desenhados para três ou quatro anos, [as empresas] tentaram executá-los todos em seis meses ou um ano". Apesar da pressão que o managing director reconhece ter sido criada por esta necessidade súbita da maior parte dos clientes, a empresa conseguiu manter os seus projetos sempre a correr, não tendo registado "nenhuma disrupção", pelo contrário, vendo a procura pelos seus serviços crescer "três ou quatro vezes".


A resistência a possíveis disrupções futuras é precisamente um dos fatores chave que o responsável pela Capgemini Engineering lista para o sucesso de várias tecnologias inovadoras que irão revolucionar a indústria atual. A pandemia trouxe dificuldades logísticas que acabaram por resultar em impedimentos em várias cadeias de fornecimento, o que colocou na ordem do dia a discussão sobre possíveis relocalizações de fornecedores, de forma a aumentar a re- siliência do tecido produtivo a choques negativos como o vivido em 2020.


No mundo digital, esta maior proximidade entre servidores e clientes finais é uma das vantagens do 5G, explica Bruno Casadinho, que adivinha para outros sectores movimentos semelhantes. A exigência crescente dos consumidores, argumenta, obriga a "cadeias rápidas e ágeis" e, tal como passará a suceder nas redes digitais, a alternativa para o mundo físico passa por um armazenamento dos componentes mais perto dos clientes finais.


"Vai ter que se criar uma orquestração e arquitetura de supply chain que permita exatamente isto, e aí há muitas ajudas que a tecnologia pode dar. Por exemplo, big data e analytics podem prever o que um cliente quer consumir e vai comprar amanhã; a impressão a 3D vai permitir que alguém compre uma coisa, imprima em casa ou que vá a um determinado armazém que tenha uma impressora 3D e o seu artigo é impresso na altura. E tudo isto que a tecnologia vai permitir: um agilizar das cadeias de abastecimento do futuro", completa.


Fonte | João Barros, O Jornal Económico - 11.06.2021

PortugalNews - AICEP Portugal Global

 

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